A situação do novo coronavirus chegou com tudo ao Brasil. Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas anunciou o fechamento de praticamente todos os comércios.
Desculpa, mas não trago boas notícias e, como jornalista antes de me tornar publicitário, meu compromisso é com a verdade. Jurei por isso na minha formatura.
A situação deve durar certamente até o final de abril, com previsão de estender até junho/julho. No pior dos cenários, até agosto. Informação do ministro da saúde.
O Facebook anunciou que vai injetar 100 milhões de dólares na economia de pequenas empresas e créditos em anúncios para ajudar. Ou seja, Zuckerberg sabe a gravidade da situação e que terá clientes inadimplentes ou cancelando seus serviços.
Para não trazer só notícias ruins, quero lhe ajudar no seu planejamento e dar uma boa notícia: O Brasil é o segundo país do mundo em tempo de utilização de internet: 9 horas e 29 minutos. Por curiosidade, Filipinas está em primeiro.
E o tempo de utilização neste período deve subir bastante, ou seja, vão ver mais coisas nas redes sociais e mais anúncios neste período.
Quem deve aumentar ou manter a verba de anúncios?
Se você trabalha com alimentação (restaurantes, mercados, bares e lanchonetes) a situação deve ser monitorada. Estima-se queda de movimento, porém aumento da concorrência por delivery. Isso demanda criatividade com promoções, combos família e anúncios chamativos com fotos que dão água na boca.
Trabalhar o branding também é importante, principalmente com ações que mostram a preocupação (verdadeira) e empatia com o caos instalado em todo país.
Quem deve ter uma época menos traumática é quem trabalha com produtos e serviços utilizados em casa, principalmente infoprodutos: cursos, videos, games, gadgets tecnológicos, etc. O entretenimento e estudos estarão em alta, principalmente no combate ao tédio diário. Só tome cuidado em não parecer que você está se aproveitando da situação, isso pode trazer sérios problemas colaterais para a sua marca. Assim como no setor da alimentação, a concorrência será mais forte e qualquer detalhe pode atrapalhar suas vendas.
Quem deve diminuir verba de anúncios?
Qualquer comércio físico que não trabalhe com alimentação deve diminuir seu investimento hoje.
No Brasil, todos correm o risco de fechar a qualquer momento. O presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), Tito Bessa, estima que 80% dos pequenos e médios lojistas de shoppings podem ficar em situação crítica.
Até locais que contam com mensalidade (inglês, academia) também não devem contar com a receita mensal de hoje por conta de inadimplência ou cancelamentos. Mas já é momento de se pensar em uma educação a distância, com aulas e treinos em casa.
Com o aumento do tempo de permanência na internet e redes sociais, não deixe de postar, de maneira alguma. É hora de direcionar sua empresa em uma produtora de conteúdos ou entretenimento.
Dê dicas públicas de exercício, de moda, de inglês, do que você dominar. E abuse do Instagram, lá ainda é possível ter um alcance orgânico que seja satisfatório.
Cuidado em falar o que você não sabe
A cunhada do primo do vizinho é médica? Não interessa, você não é. Evite qualquer comentário aprofundado porque a hora é de responsabilidade. Se você não trabalha com saúde, não dê dicas infundadas, a não ser as básicas seguindo os padrões da OMS.
O Facebook já está trabalhando forte em diminuir o alcance ou punir pessoas que estão divulgando informações falsas: como alegações e teorias de conspiração que foram desacreditadas pela OMS ou por outros especialistas em saúde e que podem causar danos.
Seriam publicações que podem induzir em erro os utilizadores, fazendo com que fiquem doentes em vez de receberem o tratamento devido.
Exemplos:
- Curas falsas ou métodos de prevenção;
- informações falsas destinadas a desencorajar o tratamento;
- informações falsas sobre a prevenção da transmissão do vírus;
- informações falsas sobre disponibilidade de assistência médica;